Sino dos ventos

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Quando me amei de verdade



Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu
estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome: auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia e meu sofrimento
emocional, não passam de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que minha vida fosse diferente e
comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma
situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que
não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável.
Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo.
De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama amor próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer
grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão
e com isso, errei menos vezes.
Hoje descobri a humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me
preocupar com o futuro. Agora me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez.
Isso é plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me
decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna
uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é saber viver!

Charles Chaplin

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Bonecas Abayomi

Recebi pelo face a foto de uma bonequinha e ao visitar o blog da pessoa que postou a foto, havia também a história de como a bonequinha foi criada há centenas de anos atrás. Simplesmente emocionante! Não resisti e pedi licença à Graça, autora do blog, que gentilmente me autorizou publicar a história e o PAP da bonequinha.

Boneca Abayomi
Há centenas de anos, em um tempo que pessoas eram comercializadas como coisas e obrigadas a trabalhar e servir em todos os sentidos outras pessoas economicamente mais fortes, os africanos foram trazidos da África para o Brasil em grandes navios, atravessando o oceano Atlântico com fome, sede, calor, medo, ... Essas viagens eram longas, difíceis, cansativas e as pessoas vinham apenas com a roupa do corpo. Muitos nem chegavam, pois acabavam morrendo no caminho.

As crianças choravam assustadas ao ver a dor e o desespero dos adultos. As mães negras então, para acalentar suas crianças, rasgavam com as próprias mãos tiras do tecido de suas saias e faziam bonecas para os pequenos brincarem.

As abayomi são pequenas bonecas negras, feitas de tecido e sem costura alguma, apenas com nós ou tranças. Não tem nenhuma ligação com qualquer crença, religião e não se trata de vudu. A palavra abayomi tem origem no iorubá, e significa aquele que traz felicidade ou alegria. É como oferecer ao outro o que se tem de melhor, algo que carregue nossas melhores qualidades. Dar uma boneca abayomi é um ato de nobreza, é dar a uma pessoa querida aquilo de melhor que temos a oferecer. Então, se as mães negras ofereciam a boneca em sinal de amor, carinho e consolo, arrancando com as unhas pedaços de suas roupas, imagine quão nobres eram os sentimentos dessas mães.
 
Quer aprender como se faz uma bonequinha abayomi? Você vai precisar de pedaços de tecido (algodão, malha ou qualquer outro, quanto mais macio melhor). Para  uma bonequinha de mais ou menos 12cm, são necessários:

- um retângulo de tecido preto de 24x12cm
- um retângulo preto de 24x5cm
- um retângulo de tecido colorido de 14x8cm
- duas tirinhas finas de tecido colorido
Pegue o retângulo maior e segure firme uma das pontas:
Dê um nó e deixe para cima um pedaço pequeno:
Dobre ao meio a parte de baixo que sobrou:
Corte uma parte nessa dobra:
Ficará assim:
Dê um nó em cada perninha. Se o nó ficar no meio da perna vá puxando até a ponta:
Pegue o outro retângulo e dobre ao meio no sentido do comprimento duas vezes:
Coloque a tira por trás da boneca e dê um nó logo abaixo da cabeça:
 
 Dê um nozinho na ponta de cada braço:
Agora pegue o tecido colorido e dobre ao meio duas vezes:
Corte a pontinha da dobra:
Agora vista a roupa na boneca e amarre uma fitinha na cintura e outra fitinha na cabeça:
A bonequinha está pronta! Se quiser que ela fique maior, os retalhos devem ser maiores. Para uma boneca mais gordinha corte o tecido mais largo.

As bonecas abayomi não têm olhos, boca, etc., pois nos navios negreiros não haviam materiais para tais detalhes.

 
Agradeço a Graça que gentilmente me autorizou a publicar a história das bonecas abayomi, e assim, transmitir a todos a grandiosidade das mães africanas, que demonstravam tanto amor e carinho a seus filhos com tão pouco.

Créditos (texto, PAP e fotos): ideiasgraciosas.blogspot.com.br/2012/11/bonecas-abayomi.html