Sino dos ventos

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Curiosidades da gastronômia brasileira


Imigrantes, escravos e índios adaptaram diversas receitas estrangeiras e abrasileiraram comidas que quase se transformaram em símbolos nacionais. Entretanto suas origens vieram de bem longe do Brasi.


Pastel

O pastel ficou famoso no Brasil na versão frita. Rapidamente conquistou o paladar dos brasileiros de tal maneira, que se transformou numa criação nacional, mas a história desta deliciosa massa frita começou bem longe das terras tupiniquins.

O pastel tem sua origem na Península Ibérica. Na Idade Média, já existiam receitas de massas recheadas que eram levadas ao forno, porém foi na região Ibérica que tiveram a ideia de fritar essa massa.

Há ainda a comparação com o rolinho primavera chinês e com a gyosa, da culinária japonesa. A mais respeitada das teorias afirma que o pastel chegou ao Brasil graças à imigração chinesa. Com a adaptação dos pratos orientais, surgiu no país o saboroso pastel.

E a dúvida cruel: "pastel de flango" é chinês ou japonês? O pastel chegou ao Brasil pelos chineses, mas vemos muitos japoneses encarregados de pastelarias espalhadas pelo país, devido a Segunda Guerra Mundial e a aliança do Japão com a Alemanha nazista. Para evitar a perseguição dos nazistas, os japoneses passaram a abrir pastelarias pelo Brasil, se passando por chineses.




Bolinho de chuva

O bolinho de chuva se tornou popular no Brasil graças à personagem Tia Anastácia, do Sítio do Pica Pau Amarelo, de Monteiro Lobato. Hoje está tão arraigado na cultura brasileira, que muitos se esquecem que o quitute surgiu em Portugal, derivado de outra guloseima lusitana, a Bola de Berlim, mais conhecida no Brasil como "sonho".

A massa do bolinho de chuva é bem semelhante à da Bola de Berlim. A principal diferença é que os sonhos ficavam em bandejas, cercados por açúcar fino e canela em pó, assim como, atualmente, é servido o bolinho de chuva. A diferença fica por conta do recheio, já que não há creme nos quitutes da Tia Anastácia.

Em sua versão original, no final do século XVIII, o bolinho era feito com mandioca ou cará. O trigo era pouco e muito caro pois vinha de Portugal, e raras eram as receitas com a "farinha do reino". Em compensação, o bolinho era feito com ovos, açúcar, leite, e frito em gordura de porco. Tinha  nomes carinhosos como Quero Mais, Quero Quero ou Desmamados. Sem ter a pretensão de ser doce de Sinhá, nem ter a delicadeza dos complicados pontos de caldas, das massas moldadas durante horas por mãos finas e delicadas, sua vocação sempre foi o sabor e o encanto dos olhos das crianças, que ansiavam pela hora em que eles saíam dos tachos dos fogões de lenha, quando eram generosamente polvilhados com açúcar e canela perfumada. Descontraídos, afetivos, leves, por muito tempo foram a comida do entrudo, o carnaval de então. Eram chamados de Filós de Carnaval. Levavam o sabor de mãos escravas e, talvez por isso, alguma sinhazinha ciumenta tenha lhes apelidado de Bolinhos de Negra. Muitas escravas saíram do anonimato para ligar seus nomes a essa receita: Bolinhos da Negra Ambrósia ou da Negra Marcionila.

Sem dúvida alguma, a mais famosa entre as autoras do bolinho foi criada por Monteiro Lobato: Tia Anastácia. Não há episódio entre as histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo que não termine com Narizinho, Emília e Pedrinho comendo os deliciosos bolinhos.

Mas porque bolinho de chuva? Talvez porque alguém, em alguma tarde de chuva do século XX, tenha dito que os bolinhos traziam alegria às horas em que não se podia correr ou brincar nos quintais por causa do tempo chuvoso.

Bolinho de chuva lembra infância e me lembro quando eu e minha irmã éramos crianças. Lembro da minha mãe perguntando: querem bolinho de chuva? Ela dizia que o bolinho só podia ser feito nos dias de chuva, pois o ingrediente mais especial, era justamente a magia da chuva. Se ele fosse feito em um dia de sol, não ficaria tão gostoso. Ela dizia que a chuva ficava feliz, porque ela sempre gostou muito de bolinho e que sempre que ela "chovia" era como se estivesse pedindo para fazer o bolinho. A chuva ficando feliz, mandava uma mágica para a receita, e o bolinho ficava mais especial. E ficava mesmo! Mas também já comi muito bolinho de chuva em dia de sol. Hoje, já crescidinha, eu mesma faço meus bolinhos de chuva, seja em dias de chuva ou de sol. E a magia continua acontecendo! 




Polenta

Pode até parecer que foi criada no Brasil, mas a polenta na verdade é italiana. Hoje é produzida à base de farinha de milho, mas no passado era preparada a base de farinha de aveia, trigo e outros cereais. Durante o Império Romano, a polenta era o principal prato local.

No Brasil inicialmente a polenta era preparada apenas na versão cremosa. Mais tarde surgiram as versões frita e grelhada. Durante séculos o prato era muito comum em comunidades pobres, que a utilizavam como principal fonte nutritiva para aguentar trabalhos braçais, mas atualmente a polenta é encontrada em diversos restaurantes de comida típica italiana e brasileira.




Quindim

A dúvida quanto a origem do quindim se divide em três localidades. Afinal, essa deliciosa guloseima é brasileira, africana ou portuguesa? Os portugueses têm a fama de apresentarem diversos doces à culinária mundial e com o quindim não foi diferente. Nos conventos de Portugal surgiu um doce chamado "brisas do lis" que era preparado com ovos, açúcar e amêndoas.

O quindim brasileiro é muito parecido, mas no lugar das amêndoas, foi incluído o coco, um produto tipicamente nacional. Essa nova receita surgiu no nordeste do país e teve grande influência africana, inclusive no nome, pois a palavra quindim é originária da África. Com isso, o Quindim é uma deliciosa e saborosa mescla de sabores das culinárias portuguesa, brasileira e africana.











Créditos:
Imagem: Google Imagens







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quarta-feira, 6 de julho de 2016

#Eles por elas


HeforShe - você ouviu falar ou leu sobre isso?

O HeforShe é uma campanha internacional da ONU Mulheres, para a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, com o objetivo de engajar homens e meninos, para novas relações de gênero sem atitudes e comportamentos machistas. Pelo site www.heforshe.org/pt homens, meninos e mulheres, devem demonstrar o seu apoio com o fim da violência contra as mulheres e a promoção da igualdade.

Embora nas últimas décadas tenha havido grandes avanços nos direitos e bem estar das mulheres, incluindo saúde, educação e participação política, o progresso continua desigual. A campanha é uma mudança estratégica, trazendo homens e meninos lado a lado com as mulheres, para romper a barreira que as impede de atingir todo o seu potencial e contribuir para a nossa comunidade global. Os homens e meninos são encorajados a se impor e agir contra as desigualdades enfrentadas por mulheres e meninas.

A igualdade de gênero não é apenas um problema das mulheres, é uma questão de direitos humanos que afeta a todos nós - mulheres e meninas, homens e meninos. A igualdade de gênero liberta não só as mulheres, mas também os homens, de papéis sociais prescritos e estereótipos de gênero.

A campanha tem como objetivos difundir a conscientização e iniciar a ação sobre a responsabilidade que homens e meninos tem para a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres e da violência contra mulheres e meninas.

Está na hora de destacar o reconhecimento de que o empoderamento das mulheres é fundamental para o crescimento econômico inclusivo, coesão social e justiça social, equilíbrio ambiental e para o progresso em todas as esferas da vida. Não se trata de mulheres ou homens, trata-se da elaboração de uma visão compartilhada de avanço humano para todos - a criação de um movimento de solidariedade entre mulheres e homens para o alcance da igualdade de gênero.

Juntem-se à mobilização on line, visitando  o site e canais de mídia social:

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Facebook: HeForShe
E-mail: heforshe@unwomen.org
YouTube: HeForShe
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