Sino dos ventos

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Será que vou ser sempre triste?



Sempre quando quero dar minha opinião numa conversa, interagir com as pessoas, sair de casa, me divertir, passear, aparece algo ou alguém que me impede, me derruba, me ignora. Me sinto cada dia mais desanimada porque vivo esta situação por anos e anos. Então vem a pergunta: será que vou ser sempre triste? Me sinto excluída, abandonada, rejeitada, discriminada. Sofro preconceito. É um sentimento de não pertencimento, de perda. E tudo isso dói muito. Dói no coração, na alma, no corpo.

Dias atrás li uma matéria que me chamou a atenção, pois veio confirmar como sinto esta dor. A matéria trata de estudos acadêmicos publicados por pesquisadores da Universidade de Michigan e da Universidade da Califórnia, que apontam que os sentimentos de exclusão e rejeição social atuam na mesma região do cérebro ativada pela dor física, o córtex cingulado anterior. Tal sensação ganhou o nome de dor social.


A Sociedade Brasileira para Estudo da Dor pretende lançar uma campanha, para ajudar os pacientes a encontrarem a melhor maneira de enfrentar suas dores, inclusive a dor social. 

É preciso pensar sobre as consequências da rejeição social. Machucar fisicamente alguém é condenável e até punido por lei, mas rejeitar uma pessoa não é visto da mesma forma. As pessoas precisam entender que a dor social é tão prejudicial quanto a dor física.


As dores física e social são parecidas e podem se retroalimentar. Os sentimentos negativos tornam o desconforto físico ainda maior e é mais difícil tratar problemas de dores físicas em pessoas que sofrem exclusão ou rejeição. Os tratamentos para as dores físicas devem abordar também o contexto social em que os pacientes estão inseridos.

O ser humano é essencialmente grupal, os sentimentos de isolamento e não pertencimento são devastadores e a dor da exclusão é cruel, podendo levar ao suicídio.





Por falar em suicídio, cabe lembrar que Setembro Amarelo é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015 em Brasília. É uma iniciativa do CVV - Centro de Valorização da Vida, do CFM - Conselho Federal de Medicina e da ABP - Associação Brasileira de Psiquiatria. O mes de setembro foi escolhido para a campanha porque internacionalmente o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.





Crédito
Imagem 1: Os Poemas de Maria

Imagem 2: Surgiu






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