Sino dos ventos

terça-feira, 13 de março de 2018

A base da sociedade


Recebi esse texto, porém sem menção da autoria. Caso você saiba quem é o autor, me informe para que eu possa registrar.

 



"Se você prestar atenção na sociedade, é a parte de baixo que faz tudo.
Quem é que planta tudo que se come?
É mão pobre.
Quem é que costura todas as roupas que se veste, de marca ou não?
É mão pobre.
Quem é que coloca a calçada?
Quem é que coloca os tijolos um em cima do outro?
Quem permite que a universidade funcione?
É tudo pobre.
Quem recolhe o lixo?
Quem pega os feridos e leva para o hospital?
Quem recebe os feridos no hospital?
Tudo pobre.
Então os pobres são a base da sociedade.
Quem é que liga as máquinas?
São os pobres.
Analise o sistema tributário, quem é que financia o estado?
A massa tributária sai do consumo, então os pobres financiam o estado.
Os pobres constroem, colocam para funcionar, mantem, reparam, sustentam o estado. No entanto, são enganados, inferiorizados e sabotados. Tem seus direitos humanos e fundamentais negados. São colocados em uso como se fossem animais.
Os pobres precisam tomar consciência, pois eles são a força da sociedade, só que são inconscientes. A eles se nega a instrução, se nega a educação, como no sistema escravagista. O escravo não pode saber ler, não pode ter instrução, porque senão ele se esclarece e se revolta.
A parte mais importante da comunicação é o receptor. Não adianta falar em paradigma, não adianta falar “academês”. O “academês” foi formulado para servir de cerca de arame farpado para o conhecimento não alcançar a maioria, prá não dar acesso. É preciso pegar essa cerca e derrubar. É preciso falar errado, é preciso engolir plural, errar concordância. É fácil falar. Se você não consegue falar para sua avó o que você acabou de aprender, então você não entendeu direito. Você tem que falar a língua do ignorante, porque ele foi ignorantizado. Quando você fica diante de um cara desdentado, analfabeto, você não está diante de um inferior. Está diante de uma vítima de crime social. A sociedade é criminosa.
Se eu tenho meus direitos respeitados, eu tenho uma dívida com essas pessoas. Eu não sou superior a eles. Eu tenho uma responsabilidade a mais, tenho que ser mais tolerante, tenho que aprender a falar a língua dele para que ele sinta que não é inferior a ninguém. Ele é a base da sociedade. Ele é o mais forte de todos. Se o patrão perder todos os empregados, capaz de não conseguir fritar um ovo, porque quem faz tudo são os empregados. Quem trabalha com dificuldade se fortalece, supera dificuldades. Quem tem muita facilidade, não supera dificuldades, precisa de alguém para superar prá ele. Por isso a dependência dos de cima. Eles dependem dos de baixo. E inferiorizam os de baixo para que eles não tenham consciência.
Que moral tem uma pessoa que paga uma quantia para alguém fazer algo que ele jamais aceitaria fazer por aquele valor? Isso é lugar comum. Os empresários falam “eu dou emprego”. Isso não é verdade. Os empresários exploram as pessoas, pagam o mínimo, cortam direitos trabalhistas, olham os empregados com desprezo. Isso é desumano. A cúpula da sociedade não tem humanidade. A humanidade está na periferia que divide o último pão sem pensar no amanhã. Não deixa seu semelhante sem comer. É isso que é bonito. Eu nasci na elite, mas fui encontrar a parte mas linda da humanidade na periferia, pedindo comida, dormindo no chão. Ali eu encontrei a humanidade mais bonita. Mas eu percebi que ali estão todos ignorantizados, todos sabotados. Isso é uma imensa sacanagem. Eu prefiro falar com os de baixo, mostrar que eles não são fracos, não são inferiores.
Quando vou ao posto de combustível abastecer meu carro velho e o frentista me chama de patrão, eu logo pergunto: o que eu fiz de errado prá você me chamar de patrão? Patrão é um parasita que monta nas suas costas, vive às suas custas, mas diz que é você quem vive às custas dele. O patrão te esfola, te ameaça, te espreme, te cobra, te paga o mínimo e ainda acha que você tem que ser grato a ele. Imagine que seu patrão perdeu os empregados, perdeu tudo que ele tem e agora tem que viver a sua vida. O que ele faz? A maioria vai responder que ele se mata. Claro que se mata, porque ele não tem peito para encarar as dificuldades. Até agora ele só encontrou facilidades. Facilidades fragilizam, as dificuldades é que fortalecem o ser humano. Por isso que volto a afirmar que os mais fortes estão inconscientes. É preciso mostrar para os mais fortes quem eles são. Eles não sabem por que a sociedade não deixa eles saberem."




Créditos
Imagem: Epoch Times







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