Sino dos ventos

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Do sonho ao pesadelo - parte III

Leia o post anterior, "Do sonho ao pesadelo - parte II", para compreender melhor este aqui.


Janeiro de 2009 - em 18 anos de casados, este foi o primeiro verão em que Flávia e a família não foram para a praia. Estavam acostumados a ficar no litoral, ao menos por dez dias durante o mês de janeiro, em qualquer situação: com sol ou chuva, um dos filhos com o braço quebrado, outro resfriado. Neste janeiro ninguém mencionou algo que lembrasse o litoral. Flávia se sentia culpada e isso doía em seu coração ao se recordar de como todos se divertiam na praia.

Fevereiro de 2009 - a obra ficou parada por quase 60 dias e, devido às chuvas, por pouco o mato não encobriu a casa. Mais uma vez Flávia contratou o pessoal para retirar o mato. Depois foi a vez de contratar outros engenheiro e mestre de obras com equipe própria. A primeira providência do novo engenheiro foi uma minuciosa vistoria na obra com todas as plantas em mãos. Flávia estava presente e em determinado momento sentiu que havia alguma coisa estranha, pois o engenheiro balançava a cabeça negativamente e fazia anotações num bloco de papel. Ao final da vistoria, o fatídico veredito: a elétrica e a hidráulica não foram instaladas corretamente. Em alguns ambientes haviam sido instalados na parede oposta à correta. Tudo deveria ser refeito. Flávia não acreditava no que ouvia e começou a chorar. O engenheiro então a levou para a futura cozinha e pediu que se posicionasse de frente ao local onde seria instalada a bancada com a cuba e se imaginasse lavando louças e talheres. Isso era fácil para ela: colocou-se de frente para o vão na parede dos fundos da cozinha, de onde teria uma visão do quintal ao lavar suas louças. Como toda elétrica e hidráulica ainda estavam aparentes dentro das paredes, o engenheiro perguntou se ela via algum cano marrom (de água) passando pela parede a sua frente. Perplexa Flávia respondeu que não e constatou que o único cano marrom naquele ambiente, estava do outro lado da cozinha, na meia parede que fazia divisa com a sala de jantar. Ou seja, onde ela havia planejado instalar uma bancada para refeições rápidas e que também serviria de passa pratos, a equipe anterior instalou a hidráulica. Prá completar, o engenheiro disse que o esgoto também tinha problemas e deveria ser refeito. Quando conseguiu se acalmar um pouco, o engenheiro lhe entregou uma lista com nomes de peças já familiares para ela, pois não seria possível reaproveitar grande parte dos itens já instalados, tanto da elétrica quanto da hidráulica e do esgoto.

Maio de 2009 - desde que a nova equipe assumiu a obra, Flávia diminui um pouquinho suas visitas, pois sentia calafrios só em pensar na possibilidade de receber alguma notícia desagradável. Comprou os batentes, portas, janelas, etc., e apareceu na obra três dias após a entrega dos materiais. A maioria já estava instalada, mas notou que algumas paredes haviam sido quebradas, pois o vão deixado pela equipe anterior havia ficado mais estreito do que a porta ou janela a ser instalado naquele local. Aqueles tijolos quebrados reascenderam sua ira. No dia seguinte teve uma crise de choro durante o trabalho e o gerente do banco a encaminhou ao médico, que a diagnosticou com estresse. Ficou afastada do trabalho por 15 dias, tempo suficiente para rever suas revistas e adquirir novas publicações. Voltou ao trabalho renovada, pois a obra evoluía num ritmo bom. 

Julho de 2009 - o banco inscreveu Flávia num treinamento em São Paulo. Ela avisou o engenheiro e o mestre de obras que se ausentaria por uma semana e, caso surgisse algum problema, que falassem com Alcides que estaria por lá quase todos os dias. Ela foi tranquila, pois confiava em Alcides e a equipe estava fazendo um bom trabalho. Como havia levado seus orçamentos, aproveitou as horas vagas para visitar grandes varejistas. Chegou à conclusão de que compensava comprar os pisos e revestimentos em São Paulo, mesmo pagando o frete para Minas Gerais. Sem falar na diversidade e novidades à disposição. Voltou para casa radiante, mas ao chegar, Alcides lhe deu uma notícia nada agradável: ninguém havia aparecido na obra durante a semana toda. Ele havia procurado pelo engenheiro, que alegou estar doente. Telefonou para o mestre de obras que garantia que os trabalhos seriam retomados no dia seguinte, mas isso se repetiu dia após dia e ao final de uma semana ninguém havia trabalhado. Flávia passou de radiante a irritada numa fração de segundo. Ligou para o engenheiro e o mestre de obras e despediu toda a equipe.

Agosto de 2009 - apesar do bairro ser tranquilo com raras ocorrências de furtos, Flávia contratou dois seguranças para o obra, um para o dia e outro para a noite. Nem todas as portas e janelas estavam colocadas e os pisos e revestimentos já haviam sido entregues - ela não iria correr o risco de ter o material furtado. Mais quinze dias e uma nova equipe contratada. Da mesma forma que o anterior, o novo engenheiro vistoriou a obra antes de qualquer coisa. Para alívio de Flávia, tudo estava de acordo, nada fora do lugar, e eles poderiam prosseguir daquele ponto. Mas o dinheiro havia acabado e, mesmo não estando em seus planos, Flávia se viu obrigada a fazer um empréstimo no banco.



Continua no próximo post.


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sábado, 25 de janeiro de 2014

Do sonho ao pesadelo - parte II

Leia o post anterior, "Do sonho ao pesadelo - parte I", para compreender melhor este aqui.

Agosto de 2008 - pela enésima vez Flávia contratou o pessoal para limparem o terreno. Os trabalhos de levantamento e sondagem topográficos foram iniciados. Flávia não conseguia entender a finalidade destes trabalhos que lhe custavam mais ou menos 5% do valor total orçado (por ela) para a construção. Certo dia Flávia não foi trabalhar pois imaginava que com sua presença as coisas andassem um pouco mais rápidas. Também queria acompanhar tudo de perto e fotografar todos os momentos. Imaginava que ao final da tarde já haveria uma parede de pelo menos um metro de altura construída em todos os ambientes da casa. Mas que nada! Passou o dia inteiro vendo seu terreno ser medido, marcado, perfurado e sabe-se lá mais o que. O desânimo foi tanto que nem se lembrou da câmera, mesmo porque não havia o que fotografar, apenas o terreno perfurado e alguns homens cobertos de lama. Voltou dois dias depois e teve a impressão de que a obra estava abandonada, pois tudo estava praticamente como ela havia deixado. Mas os funcionários estavam lá e tentavam inutilmente explicar que para se construir uma casa sólida, é necessário que sejam feitas as fundações. No mesmo dia o engenheiro pediu que providenciasse a compra de caminhões de terra. Isso ela não entendia! Há dois dias atrás havia presenciado uma enorme quantidade de terra sendo retirada dos buracos e levada embora. Porque teria de comprar terra? O engenheiro explicou que aquela terra que havia saído "não dava liga" e que era preciso nivelar o terreno. Mesmo a contra gosto, Flávia comprou a terra e o terreno foi nivelado. Para o engenheiro e o mestre tudo estava caminhando na mais perfeita ordem. Para Flávia, era loucura saber que seu dinheiro estava sendo literalmente enterrado e a casa não aparecia.

Outubro de 2008 - as paredes finalmente começaram a surgir e Flávia se sentia um pouco mais aliviada, pois já podia visualizar a casa. Apesar da terra, dos pedaços de tijolos e de todo tipo de material espalhado pelos ambientes, Flávia andava pela casa, imaginava-se acordando na confortável cama em sua suite, preparando o café da manhã para o marido e os filhos, vendo-os sentados à mesa logo ao lado, admirando as flores no jardim, recebendo visitas na sala carinhosamente decorada, o marido preparando churrasco, os filhos recebendo os amigos ... de repente voltou à realidade ao notar o mestre de obras e alguns homens parados olhando para ela. Só ai percebeu que se movimentava como se realmente estivesse dentro de uma casa pronta, mobiliada e vivendo de fato aquelas situações às quais sua imaginação havia dado asas. Se sentiu um pouco aliviada por não ter se deitado ou sentado na terra. Mas algo lhe dava a absoluta certeza de que estaria morando na casa nova muito antes do que haviam previsto o engenheiro e o mestre de obras.

Dezembro de 2008 - em apenas dois meses as paredes foram levantadas e a laje foi colocada. As madeiras e telhas foram entregues e o o telhado começou a tomar forma. Finalmente o tempo estava a seu favor, pensou Flávia. O mestre de obras contratou outros quatro homens para cuidar do esgoto, hidráulica e elétrica. Ela sentiu-se feliz pois estava certa de que seria muito mais rápido quatro pessoas se dedicando exclusivamente a tais atividades. Mas tudo não passava de um pesadelo. Quase todo dia havia uma lista de materiais para comprar, que ela não havia considerado em seus orçamentos, pois desconhecia a necessidade da maioria deles: tomadas, fios, placas, caixas de luz, disjuntores, canos, curvas, tês, luvas, cotovelos, válvulas, conexões, registros, etc. E quase todo dia havia também uma série de itens a serem trocados. Flávia se desesperava. Estava esgotada física e mentalmente, quando foi surpreendida com o pedido para que adiantasse o pagamento do mês (que deveria ser feito no dia 30), pois eles trabalhariam até o dia 19 e só retornariam no dia 05 de janeiro. Flávia chegou ao seu limite e tomou uma decisão radical: dispensou todos eles, engenheiro, mestre de obras e os funcionários. Com a obra parada, passou o Natal e Ano Novo angustiada, chorando a todo momento, principalmente ao se lembrar da previsão de engenheiro, de que a casa estaria pronta no início de dezembro. Ironicamente pensava "porque não perguntei a ele, em dezembro de qual ano?". Seu único alento era a família, pois não haviam cobranças ou críticas. Alcides se revelava um perfeito gentleman, pois a cada dia ajudava ainda mais nos afazeres domésticos. Os filhos estavam diferentes, não brigavam tanto quanto antes e haviam melhorado seu desempenho escolar.


Continua no próximo post.


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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Do sonho ao pesadelo - parte I

Leia o post anterior, "Do sonho ao pesadelo - explicações", para entender este aqui. 


Fevereiro de 2008 - Flávia começou a planejar cada detalhe da sua futura casa, por mais insignificante que pudesse parecer. Foram inúmeras as noites em que ficou acordada até tarde, desenhando os ambientes da casa, calculando os custos da obra, montando incontáveis planilhas, navegando pela internet a procura de inspiração para a decoração e as diversas opções de materiais, vendo e revendo várias revistas, desde que tivessem fotos de casas. A maior parte das revistas foi comprada, mas Flávia chegou a subtrair duas ou três da sala de espera de consultórios médicos, não se importando que fossem antigas, estivessem amassadas ou que lhes faltassem algumas páginas. Solicitava orçamentos em pequenas lojas, em grandes varejistas e pela internet. Tudo era minuciosamente catalogado com nome do fornecedor, data do orçamento, prazo de entrega, opções de pagamento e validade. As revistas e orçamentos eram guardados numa pasta e a quantidade aumentava dia a dia. Após algumas semanas, a pasta já não era suficiente para imenso volume de papel. Como Flávia não conseguia mais se separar das revistas e orçamentos, comprou uma mala com rodinhas para facilitar o transporte. A cada dia a mala recebia mais revistas e orçamentos de todo tipo de material de construção, acabamento e decoração. De tijolos a lâmpadas, de revestimentos a cortinas, de material hidráulico a tapetes. Flávia sonhava e não se separava da mala, tamanho o medo de perder um orçamento que fosse. Ela também colecionava amostras de pisos e revestimentos, que ficavam empilhados sobre a mesa de jantar, pois era impossível carregá-las diariamente.

Março de 2008 - Flávia agendou a visita a um escritório de arquitetura para elaboração do projeto da casa. Alcides fez questão de acompanhá-la, pois queria garantir seus dois únicos desejos: que a porta da entrada principal da casa fosse mais larga que o convencional e uma churrasqueira. Flávia levou sua mala e de imediato começou a insistir para que o arquiteto olhasse seus orçamentos. Ele dizia não haver necessidade, mas Flávia não compreendia. Ela só esqueceu seus orçamentos quando ele lhe perguntou qual seria o estilo da casa. Ela nem imaginava o que isso significava e só conseguia dizer "quero uma casa moderna, espaçosa e prática". Ao final de quatro horas, ela estava chateada pois havia imaginado que sairia de lá com o desenho de sua nova casa. Estava magoada, pois o arquiteto não havia dado a mínima importância ao conteúdo da sua mala. E também estava indignada, afinal de contas estava pagando pela assessoria do arquiteto.

Julho de 2008 - quando finalmente o desenho de sua casa ficou pronto, contratou o engenheiro e o mestre de obras indicados pelo arquiteto, mas ainda havia uma série de providências a serem tomadas: finalização dos projetos de elétrica, hidráulica e esgotos, solicitação do alvará junto a Prefeitura e outros documentos. A previsão do engenheiro era de que a obra se iniciasse no próximo mês e fosse finalizada no início de dezembro. Flávia ameaçou procurar outros profissionais, mas foi alertada de que nem por milagre escaparia dos prazos, portanto não havia outra coisa a fazer, a não ser esperar.



Continua no próximo post.


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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Do sonho ao pesadelo - explicações


Em outubro de 2013 recebi uma mensagem sobre o texto Porque "casinha"?, que postei em 31/05/2012 (se não lembra, clique sobre o título). Na mensagem, Flávia contava que havia lido meu post e entendia o que eu sentia em relação à construtora que contratei, pois ela também havia passado por uma situação diferente, mas dentro do assunto construção de casa. Durante um ano e meio ela foi do sonho ao pesadelo, vivendo em constante desespero ao administrar sozinha a obra de sua casa. Após o final da longa e tenebrosa tempestade, sentiu a necessidade de compartilhar seu calvário com as pessoas, como uma forma de alerta. Tentou publicar sua história nos jornais da cidade, escreveu para algumas revistas, mas não obteve sucesso e acabou desistindo. Tempos depois quando leu minha saga, Porque "casinha"?, pediu para que eu postasse sua história no Canto das ArtesRelutei por um bom tempo, afinal de contas esta não é a finalidade do blog. Mas ela tanto insistiu e o sentimento de solidariedade foi maior, que acabei concordando.

A intenção da Flávia era que seu relato servisse de alerta às pessoas que estivessem pensando em administrar pessoalmente a construção de uma casa, assim como a minha intenção ao descrever minha saga, foi alertar quem pretendesse contratar uma construtora. O que eu e a Flávia passamos, não desejamos para ninguém. 

Flávia escreveu sua história minuciosamente dia a dia, de fevereiro de 2008 a dezembro de 2009. Sempre mantendo o anonimato das pessoas envolvidas, ainda que a maioria não tenha agido honestamente com ela. O texto que Flávia me enviou era extenso e juntas definimos o que seria publicado ou não, mas ainda assim a história ficou longa, me obrigando a dividi-la em quatro posts que serão publicados na sequência. Todos os posts foram lidos e aprovados por ela antes de serem publicados.

Ainda que seja num simples blog, Flávia finalmente tem sua história divulgada, confiante de que seja de fato um alerta para as pessoas que planejam administrar sozinhas uma obra. Estejam certos de que não é nada fácil.

Flávia sempre foi uma mulher prática, decidida e corajosa. Casada com Alcides, são pais de três adolescentes: Tânis, Tales e Tiago. Sempre moraram no interior de Minas Gerais, num apartamento de 100m² que há muito tempo havia se tornado pequeno. Flávia e Alcides sempre cuidaram de tudo que diz respeito a casa e a família, como alimentação, limpeza, organização, lazer, escola, acompanhamento dos filhos, etc., contando apenas com uma auxiliar a cada 15 dias. Ela e o marido são bancários e trabalham 6 horas diárias, de segunda a sexta-feira. Ou seja, o dia dos dois é totalmente tomado e quase não sobra tempo para outras atividades.

Como todas as pessoas, Flávia e Alcides tinham (e ainda tem) sonhos. Sempre quiseram o melhor para a família e isso incluía morar numa casa maior, principalmente com os filhos querendo cada um ter seu próprio quarto. Possuíam um terreno e no início de 2008 resolveram construir a tão sonhada casa. Mas Flávia foi além: decidiu administrar pessoalmente a construção, pois imaginava ganhar tempo e economizar boa parte do dinheiro que vinham poupando para tal finalidade. Também contribuiu muito para tal decisão, o fato de que ultimamente Alcides estava apresentando sinais de estresse e, mesmo com a insistência dele em ajudá-la, ela fez questão de tomar a frente de todas as decisões para tal empreitada. Alcides tentou argumentar, mas acabou cedendo, mesmo porque sabia o quanto Flávia era competente e confiava plenamente nela. Mas Flávia desconhecia o que a esperava. Não estava preparada para ter tantas dores de cabeça. Nunca imaginou ser capaz de produzir lágrimas suficientes para chorar o quanto chorou. Jamais pensou que pudesse passar mais horas dentro da obra do que junto de sua família, no aconchego de seu apartamento.


Continua no próximo post.


Crédito: Desenho


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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Bolsa dupla face e carteira patchwork

Esses dois vídeos da Rosana Pardo, no Programa Sabor de Vida, da TV Aparecida, já estão na minha lista de projetos, à espera de tempo.

O primeiro é uma bolsa dupla face, fácil de fazer, prática e com a vantagem de que pode ser usada dos dois lados.


E uma carteira em patchwork.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Uma proposta para 2014

Hoje, dia 01/01/2014, primeiro dia do ano, pegue um vidro vazio e coloque no seu quarto.
Se não tiver um vidro, pode ser uma lata ou uma caixinha de papelão. Apenas tome o cuidado de colocar num lugar onde ninguém vá mexer.
Toda vez que qualquer coisa boa acontecer com você, seja ela importante, espetacular, maravilhosa, simples ou pequenina, escreva o que aconteceu em um papel, dobre ou enrole e coloque no vidro, lata ou caixinha.
Em 31/12/2014, último dia do ano, retire todos os papéis e veja quantos presentes a vida lhe deu.
Você irá se surpreender!

Crédito: Vidro com mensagem