Imigrantes, escravos e índios adaptaram diversas
receitas estrangeiras e abrasileiraram comidas que quase se transformaram
em símbolos nacionais. Entretanto suas origens vieram de bem longe do Brasi.
Pastel
O pastel ficou famoso no Brasil na versão frita. Rapidamente
conquistou o paladar dos brasileiros de tal maneira, que se transformou
numa criação nacional, mas a história desta deliciosa massa frita
começou bem longe das terras tupiniquins.
O pastel tem sua origem na Península Ibérica. Na
Idade Média, já existiam receitas de massas recheadas que eram levadas
ao forno, porém foi na região Ibérica que tiveram a ideia de fritar essa massa.
Há ainda a comparação com o rolinho primavera chinês e com a gyosa,
da culinária japonesa. A mais respeitada das teorias afirma que o pastel
chegou ao Brasil graças à imigração chinesa. Com a adaptação dos pratos
orientais, surgiu no país o saboroso pastel.
E a dúvida cruel: "pastel de flango" é chinês ou japonês? O pastel chegou ao Brasil pelos chineses, mas vemos muitos japoneses encarregados de pastelarias espalhadas pelo país, devido a Segunda Guerra Mundial e a aliança do Japão com a Alemanha
nazista. Para evitar a perseguição dos nazistas, os japoneses passaram a abrir pastelarias pelo Brasil, se passando por chineses.
Bolinho de chuva
O bolinho de chuva se tornou popular no Brasil graças à personagem Tia
Anastácia, do Sítio do Pica Pau Amarelo, de Monteiro Lobato. Hoje está tão arraigado na cultura brasileira, que muitos se esquecem que o quitute
surgiu em Portugal, derivado de outra guloseima lusitana, a Bola de
Berlim, mais conhecida no Brasil como "sonho".
A massa do bolinho de chuva é bem semelhante à da Bola de Berlim. A
principal diferença é que os sonhos ficavam em bandejas, cercados por
açúcar fino e canela em pó, assim como, atualmente, é servido o bolinho
de chuva. A diferença fica por conta do recheio, já que não
há creme nos quitutes da Tia Anastácia.
Em
sua versão original, no final do século XVIII, o bolinho era
feito com mandioca ou cará. O trigo era pouco e muito caro pois vinha de Portugal,
e raras eram as receitas com a "farinha do reino". Em compensação, o
bolinho era feito com ovos, açúcar, leite, e frito em gordura de
porco. Tinha nomes carinhosos como Quero Mais, Quero Quero ou
Desmamados. Sem ter a pretensão de ser doce de Sinhá, nem ter a
delicadeza dos complicados pontos de caldas, das massas moldadas durante
horas por mãos finas e delicadas, sua vocação sempre foi o sabor e o
encanto dos olhos das crianças, que ansiavam pela hora em que eles saíam
dos tachos dos fogões de lenha, quando eram generosamente polvilhados
com açúcar e canela perfumada. Descontraídos, afetivos, leves, por muito
tempo foram a comida do entrudo, o carnaval de então. Eram chamados de
Filós de Carnaval. Levavam o sabor de
mãos escravas e, talvez por isso, alguma sinhazinha ciumenta tenha lhes
apelidado de Bolinhos de Negra. Muitas escravas saíram do anonimato para
ligar seus nomes a essa receita: Bolinhos
da Negra Ambrósia ou da Negra Marcionila.
Sem dúvida alguma, a mais famosa entre as autoras
do bolinho foi criada por Monteiro Lobato: Tia Anastácia. Não há episódio
entre as histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo que não termine com
Narizinho, Emília e Pedrinho comendo os deliciosos bolinhos.
Mas porque bolinho de chuva? Talvez porque alguém, em alguma tarde de chuva do
século XX, tenha dito que os bolinhos traziam alegria às horas em que não
se podia correr ou brincar nos quintais por causa do tempo chuvoso.
Bolinho de chuva lembra infância e me lembro quando eu e minha irmã éramos crianças. Lembro da minha mãe perguntando: querem bolinho de chuva? Ela dizia que o bolinho só podia ser feito nos dias de chuva, pois o ingrediente mais especial, era justamente a magia da chuva. Se ele fosse feito em um dia de sol, não ficaria tão gostoso. Ela dizia que a chuva ficava feliz, porque ela sempre gostou muito de bolinho e que sempre que ela "chovia" era como se estivesse pedindo para fazer o bolinho. A chuva ficando feliz, mandava uma mágica para a receita, e o bolinho ficava mais especial. E ficava mesmo! Mas também já comi muito bolinho de chuva em dia de sol. Hoje, já crescidinha, eu mesma faço meus bolinhos de chuva, seja em dias de chuva ou de sol. E a magia continua acontecendo!
Bolinho de chuva lembra infância e me lembro quando eu e minha irmã éramos crianças. Lembro da minha mãe perguntando: querem bolinho de chuva? Ela dizia que o bolinho só podia ser feito nos dias de chuva, pois o ingrediente mais especial, era justamente a magia da chuva. Se ele fosse feito em um dia de sol, não ficaria tão gostoso. Ela dizia que a chuva ficava feliz, porque ela sempre gostou muito de bolinho e que sempre que ela "chovia" era como se estivesse pedindo para fazer o bolinho. A chuva ficando feliz, mandava uma mágica para a receita, e o bolinho ficava mais especial. E ficava mesmo! Mas também já comi muito bolinho de chuva em dia de sol. Hoje, já crescidinha, eu mesma faço meus bolinhos de chuva, seja em dias de chuva ou de sol. E a magia continua acontecendo!
Polenta
Pode até parecer que foi criada no Brasil, mas a polenta na verdade é
italiana. Hoje é produzida à base de farinha de milho, mas no passado
era preparada a base de farinha de aveia, trigo e outros cereais.
Durante o Império Romano, a polenta era o principal prato local.
No Brasil inicialmente a polenta era preparada apenas na versão cremosa. Mais tarde surgiram as versões frita e grelhada.
Durante séculos o prato era muito comum em comunidades pobres, que a
utilizavam como principal fonte nutritiva para aguentar trabalhos
braçais, mas atualmente a polenta é encontrada em diversos restaurantes
de comida típica italiana e brasileira.
Quindim
A dúvida quanto a origem do quindim se divide em três localidades. Afinal, essa
deliciosa guloseima é brasileira, africana ou portuguesa? Os portugueses
têm a fama de apresentarem diversos doces à culinária mundial e com o
quindim não foi diferente. Nos conventos de Portugal surgiu um doce
chamado "brisas do lis" que era preparado com ovos, açúcar e amêndoas.
O quindim brasileiro é muito parecido, mas no lugar das amêndoas,
foi incluído o coco, um produto tipicamente nacional. Essa nova
receita surgiu no nordeste do país e teve grande influência africana,
inclusive no nome, pois a palavra quindim é originária da África. Com isso, o
Quindim é uma deliciosa e saborosa mescla de sabores das culinárias
portuguesa, brasileira e africana.
Créditos:
Imagem: Google Imagens
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