Sino dos ventos

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Retrato de mãe


Uma simples mulher existe que, pela imensidão de seu amor, tem um pouco de Deus, e pela constância de sua dedicação, tem muito de anjo;

Que, sendo moça, pensa como uma anciã e, sendo velha, age com as forças todas da juventude;

Quando ignorante, melhor que qualquer sábio desvenda os segredos da vida, e, quando sábia, assume a simplicidade das crianças;

Pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos que ama, e, rica, empobrece-se para que seu coração não sangre ferido pelos ingratos;

Forte, entretanto estremece ao choro de uma criancinha, e, fraca, entretanto se alteia com a bravura dos leões;

Viva, não lhe sabemos dar valor porque à sua sombra todas as dores se apagam, e, morta, tudo o que somos e tudo o que temos daríamos para vê-la de novo, e dela receber um aperto de seus braços, uma palavra de seus lábios;

Não exijam de mim que diga o nome dessa mulher, se não quiserem que ensope de lágrimas este álbum, porque eu a vi passar no meu caminho.

Quando crescerem seus filhos leiam para eles esta página: eles lhe cobrirão de beijos a fronte; e dirão que um pobre viajante, em troca de suntuosa hospedagem recebida, aqui deixou para todos o retrato de sua própria mãe.





Créditos:
Imagem - Pinterest
Poema - Dom Ramon Angel Yara, Bispo de La Serena, Chile





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